26 de setembro de 2013

Sobre minhas coisas no lugar

Hoje eu não preciso mais me preocupar se vou chegar em casa e minhas coisas vão estar reviradas, se o lençol vai estar pintado de guache ou se meus lápis estarão sem pontas e espalhados por todos os cantos.
Hoje eu não preciso me preocupar se eu vou abrir a porta do quarto e encontrar um campo de guerra, com roupas jogadas, travesseiros fora do lugar e roupa de cama amarrotada.
Hoje eu folheio meus cadernos e não existem páginas riscadas além das que eu mesma risquei.
Hoje eu abro a porta e vejo tudo da mesma forma que eu deixei ao sair.
Hoje me dói cada vez que eu entro em casa e vejo tudo em ordem, mas não sinto o abraço e o cheiro de menininho, nem ouço o riso e o eu te amo....

10 de junho de 2013

Sobre outro poema incompleto

E ao folhear um caderno antigo, em busca de páginas em branco (mas sem fotos coloridas), encontro outro de meus escritos incompletos...
São tantos e tão complexos e alguns, como esse, já não significam nada. Nem ao menos uma lembrança Não lembro o contexto, nem o destinatário, mas o remetente... Ah, esse eu lembro! Era uma Carla mais intensa, mais impulsiva, mais impetuosa. Era uma Carla muito mais jovem e às vezes mais sábia. (O poema está escrito a lápis, com versos de uma palavra e uma estrofe em caixa alta)

Bocejos

Teus braços, de que servem
esse braços
de frouxos abraços?

E esse olhos que veem
através
e namoram horizontes?

E TEUS PÉS QUE CAMINHAM
POR CAMINHOS
CADA VEZ MAIS DISTANTES

Tua boca (me diga!)
de que serve
essa boca
de obscuras metáforas...



1 de junho de 2013

Sobre o que eu sinto falta

Sinto falta da impetuosidade, da inconsequência, do inocente, da chuva no rosto, do cheiro de mato, do tempo livre, do andar a toa, de entoar cantigas, de pular em poças d'água, de pintar com guache, de escrever poemas, de rasgar a alma, de escrever bilhetes, da sinceridade, da esperança da conquista, do idealismo adolescente, de acreditar na humanidade, de uniforme de escola, de subir em árvores, de acreditar em fadas, de ouvir espíritos, de fazer fogueiras, de acampar no mato, de ouvir musicas com meu pai, de cozinhar com minha mãe, da melancolia, das múltiplas vozes...
Sinto falta de sentir

18 de abril de 2013

Sobre erros de ortografia e mau-humor

Estou de mau-humor... acordei assim. Na verdade acordei de bom-humor, fiz café da manhã pro Ro e voltei pra cama, coloquei um show do Bee Gees (é, não perguntei, mas estava com vontade de ouvir isso) e voltei a dormir e ai sim acordei de mau-humor.

E estou eu aqui, quase três da tarde, ainda de pijama, quando um amigo me chama no talk... quero explicar para ele como estou irritada e não quero conversar hoje, eis que escrevo "Hoje estou de mal-humor"

Mal- humor

MAL
.
.
.

Erros ortográficos pioram meu humor... e ele nem me corrigiu dizendo que o contrário de bom é mau com U

=/

Porque além de mau-humorada, eu sou chata e o teria corrigido!

18 de março de 2013

Sobre impotência e desespero

Eu poderia ser tanta coisa e escolhi não ser nada. Eu me aprisionei e posso sentir a Carla que eu fui se debatendo, arranhando as paredes do meu cérebro, minha prisão.
Posso sentir a sanidade escorrendo pelos meus dedos como grãos de areia. Sinto o fluir da racionalidade me deixando...
Peço a Deus que me dê fé, mas ele está morto há algum tempo e também nunca se importou...
Tento gritar e me debater e escapar, mas sou cercada por sombras e assombrações e a impotência me domina.
Sinto meu corpo convulsionar e entro em desespero e acordo suada após mais uma noite de pesadelo

15 de fevereiro de 2013

Sobre o que mesmo?


Me sinto patética e um tanto quanto estúpida com minha meia arrastão, desejando que você mude de ideia, esperando que a gente se encontre finalmente.
Me sinto um pouco deslocada com meus óculos de secretária, presa no escritório.
Me sinto como um pássaro contra a vidraça, todo o esforço é inútil e eu continuo presa; e a tortura só aumenta conforme o fim se aproxima.
É uma mistura de ansiedade, medo e euforia porque todo o fim é um novo começo, mas não sei por onde começar, que caminhos trilhar ou aonde quero chegar.

If you don't know where you're going, any road will get you there... If you don't know where you want to get, probably you'll get to the wrong place

5 de fevereiro de 2013

Sobre Liberdade ou Um escrito que eu não lembrava

É chegada um nova fase e como em todo começo é preciso fazer uma limpeza geral e se livrar do máximo de coisas inúteis possível... e eu comecei por um dos meus emails... E nessa limpeza encontro um texto relativamente antigo (ou muito antigo, se formos considerar a duração de qualquer coisas nos dias atuais) que escrevi para meu pai no início de 2009...

Liberdade
 
Apresentaram- lhe, um dia, o computador. Anos mais tarde se reencontram e agora lhe acompanhava a internet.
Nascia ai a parceria. Aos poucos foi conhecendo os melhor.
Aprendia a se expressar através deles, sentimentos aprisionados transformados em bits, chegando aos olhos através de imagens e palavras.
Enfim libertos!
Como era belo, mesmo que artificial, o brilho da tela exibindo o que ficou guardado durante tanto tempo e a adorada internet ajudaria a espalhar isso pelo mundo.
E mesmo que ninguém os visse, já era o bastante saber que estavam livres.

28 de janeiro de 2013

Sobre um homem de lata e uma dançarina


O homem de lata e a dançarina.

Ele é constituído de engrenagens e aço e óleo lubrificante, para não enferrujar
Em formas simétricas e alinhadas
seu mundo tudo é muito asseado, tudo é cinza, prata ou cromado
Ela é feita de curvas e cores e uma pitada de caos, para encantar
Onde mora tudo é fica empilhado, tudo é verde, rosa ou azulado

No dia a dia, seus os atos são planejados, estudados e catalogados

E no instante de um olhar o choque entre os dois mundos provoca uma explosão
E no vislumbre de um olhar dois mundos se colidem e provocam uma explosão.

________________

E então o homem de lata revela que já encontrou um coração, mas enterrou o mais fundo possível dentro de seus mecanismos e a dançarina percebe o quanto deixou de perceber e o poema deixa de fazer sentido, ficando para sempre inacabado

15 de janeiro de 2013

Sobre o que eu quero



O Quereres

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo

E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão


Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim


9 de janeiro de 2013

Sobre diálogos psicodélicos pelo talk

O trabalho entedia edifica o homem, fazendo com que surjam inspirações quase divinas e discussões filosóficas acaloradas pelo talk. Segue o resultado mais recente desses diálogos:

Carla: ai ai
cada dia é mais entendiante que o outro, percebeu?

Felipe: voce nao faz ideia!!!!!!!!!!!1
eu to pescando aqui
to me esforçando MUITO pra nao dormir

Carla: huahauahuah
conversa comigo, então

Felipe: ok
manda um tema ai
vamos filosofar

Carla: vamos falar sobre o tédio que predomina nossas vidas hoje em dia
estou lendo sobre roma antiga
era mto mais perigoso, mas também mais emocionante
acho q a segurança nos deixa frustrados

Felipe: ASHUSAHUHUASHUASHU

Carla: :)

Felipe: SIM
a gente nao tem que se preocupar tanto com isso
e acabamos entrando numa rotina "segura"
matou a questão!
a gente precisa de adrenalina
de perigos eminentes
tipo, trabalhando aqui
e sabendo que a qualquer momento podem entrar piratas no prédio montados em tigres dente de sabre

Carla: sim

Felipe: ou quase isso

Carla: e também precisamos de atividades fisicas para manter o corpo saudavel
que no caso seria tentar derrubar os piratas de cima dos tigres

Felipe: SIM
ou fugir deles

Carla: não
a gente nunca pode abandonar uma luta

Felipe: eu acho que eu ia fugir..........
aqueles bichos são grandes

Carla: melhor morrer com honra do q viver na vergonha
não aprendeu nada com os samurais ?!
tem que derrubar os piratas e domar os tigres e então nos tornaremos novos piratas e atacaremos o prédio vizinho

Felipe: :O
que genial
eu nunca pensaria nisso
AHSUHSUAH

Carla: viu?! por isso o tédio... vc é conformado com a segurança e mesmo numa situação de perigo, tentaria a saida mais facil!
kkkkk
mas voltando aos ataques de tigres dente de sabre

Felipe: certo

Carla: a gente poderia ter leões para tentar contê-los, né?

Felipe: A NAO
NAAAAAAAAAAAAAO

Carla: rsrsrs
oq?

Felipe: to com fome :(

Carla: hauhauahua
eu sempre to com fome

Felipe: HAUHUAHUAUH
leões são bonitos

Carla: sim e podemos cavalgar neles em alta velocidade
e pegar nossos parceiros com eles se agarrando na juba

Felipe: mmmmmmmmmmm
vamos falar sobre o bóson de rigs?
higgs
holy crap
o sono ta me matando

Carla: quem?

Felipe: o sono

Carla: vamos falar sobre o céu
e diamantes
e Lucy

Felipe: como tá o ceu hoje?
ASHHUSAHUASHUHUSAHU
MALDADE

Carla: huahauahauhaua pq?

Felipe: achei que queria falar do céu mesmo

Carla: tá, mas só se for céu da boca

Felipe: mmmmmmmmmmmmmm
BOA
me explica
por que só se for céu da boca?

Carla: por o céu está disponivel para todos
agora o céu da boca só pode ser tateado com a lingua

Felipe: oi
ou*
com
o

Carla: éeeeee

Felipe: dedo!

ASHUASHUHSAUHSAUHHSU

Carla: ou com o pipi também

Felipe: ASHUHUASHUASHUASHUAHUS
que erraaaaaada

Carla: olha o sono me afetando... eu só tinha pensado na lingua a principio

Felipe: comer!

Carla: quem? :P

Felipe: hoje? acho que ninguem
UASHUHASUHUSAHUASHUAS
passou o sono né?

Carla: :P aham, vc percebeu?

Felipe: SIM
UHSUHSAHUHU
vou nessa

Carla: bjo

Felipe: té daqui a pouco
beijos

Carla: inté

Carla: Fe

Felipe: yo

Carla: e ae, já foi atacado pelos piratas?

Felipe: not yet :/
to aguardando ansiosamente
AHSUHASUHAS

Carla: vamos virar piratas nós mesmos?

Felipe: só faltam os tigres........

Carla: prefiro leões

Felipe: é, acho que seria dificil achar uns tigres dente de sabre

Carla: verdade
ou podiamos desenvolver uma maquina do tempo
e ser piratas atemporais
a gente poderia ter até dinossauros!

Felipe: mmmmmm
interessante
Carla: vou salvar esse dialogo e publicar no meu blog :)