Sobre tédio

Tédio.
Veneno da vida moderna.
Me estaca, paralisa.
Não entendo, não me movo.
Tal qual areia movediça
Me leva para baixo
Sem mais poder voltar

Sobre Loucura

Loucura

O ímpeto de crescer e viver intensamente foi tão forte em mim
Que não consegui resistir a ele. Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional; é louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos,
Beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, ser íntimas delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela.
Eu estava esperando.
Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,
Com estímulos sensuais em muitas direcções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
E entrei em erupção sem avisar.

Anais Nin

Sobre velhos escritos

Organizando meu novo quarto achei coisas que escrevi antigamente. Em homenagem ao calor que fez esses dias:

O calor é infernal, quase insuportável.
O corpo, febril, já não se basta.
A brisa noturna levanta o aroma lascivo
que do quarto exala
Apenas as paredes observam.
Um suspiro, curto e intenso é emitido.
O cheiro de suor e desejo é convidativo,
o silêncio é a resposta...



É, como muito do que eu escrevo eu não terminei...